segunda-feira, setembro 29, 2008


Vote Nemim



É impressionante como as campanhas políticas não conseguem apresentar nada de novo. Nunca. E já que tudo o que elas fazem é abusar da repetitividade, eu também vou me repetir: falando mal das campanhas políticas.

Ainda mais neste ano, diante de uma campanha tediosa como a de Curitiba, que nem cosquinha de disputa é capaz de gerar. Mas afinal, como gerar disputa ou interesse se é tudo muito chato, calcado em clichês pra lá de batidos e com clima déjà vu demais?

Senão vejamos se desta vez faltou alguma coisa da cartilha mequetrefe dos marketeiros políticos padrão standard:

- Sotaque forçado "LeiTE quenTE" - confere. O candidato pode ter vindo do Rio ou de Maceió, mas vai falar o E como E e pronto.

- Depoimentos "Eu vou votar no fulano de tal" - batata! Mas quem é que cai nessa de que o depoimento é verdadeiro? E o que me importa se o outro vai votar em quem quer que seja?

- Jingles irritantes – sempre. Em todos os estilos repudiáveis da nossa vasta tradição musical xarope. Às vezes um candidato a prefeito com pouco mais de um minuto tasca lá um jinglão sacal de 45 segundos e acaba não falando mais nada que preste. Se bem que eles nunca têm coisa que preste pra falar, talvez por isso os jingles.

- Som da urna eletrônica – argh! Eu já acho um saco ouvir o “trililim” na hora de votar, por que diachos então tenho que ficar ouvindo essa merda a torto e a direito antes do pleito?

- Gravação "altar de igreja" – essa é mais comum nos partidos pobrinhos, coitados. Sei lá em que galpão eles gravam, mas seus programas ficam um eco-eco-eco e uma reverberação de gravação que sugere que a mesma foi feita em uma gigantesca nave de uma gigantesca igreja. Não dá nem pra ouvir as propostas (ainda bem). Até parece que os pobrinhos fazem de propósito para parecer que são pobrinhos, coitados.

- Teatrinho estilo "novela da CNT" – uns atores mequetrefes e super-overs forçando diálogos improváveis, com entonações absurdas e argumentos idem. Pior ainda quando tentam temperar o sketch com um humor tipo "a praça é nossa", só que ainda mais sem graça (sim, isso é possível).

- Fotos photoshopadas ao extremo – isso é doido. Você vê um cartaz de candidato e quando vê o mesmo na TV, não é o mesmo. Mesmo maquiado e etc e tal, o cara na TV ainda tem alguns pés-de-galinha, rugas e manchas na cara, todos devidamente limpados na foto do santinho. Ou seja, talvez não seja mesmo o mesmo, pois a gente bem sabe que no fundo é tudo maquiagem mesmo, inclusive o discurso.

Tem mais coisas que nem lembro (e nem sei se quero lembrar) agora. Sem falar nas coligações gigantes que, quando são citadas no fim dos programetes, parecem coisa de locutor de corrida de cavalos falando na língua do pê.

Ah, e não dá pra esquecer dos vereadores e seus clichês próprios:

- Slogans rimadinhos – será que eles acham que isso é legal? Que por conta disso o eleitor vai gravar o nome do cara e coisa e tal? Eu acho tudo um absurdo sem igual.

- Os revoltadinhos – aqueles que batem na mesa, ficam vermelhos de raiva, vociferam palavras de ordem, falam de ética e renovação e moralidade, mas depois, na hora das propinas, são os que mais sabem ficar bem comportados e quietinhos.

- Os poéticos – são nobres, exibem um ar profundo, às vezes deixam até transparecer um livro nas mãos. Falam empolado e divagam sobre um mundo irreal de idealismo e esperança, enquanto nutrem a esperança de encontrar a bocada ideal depois de eleitos.

- A turma da decoreba – alguns tentam ler no teleprompter (quando ele existe), outros decoram e falam como se estivessem no jogral da escola. Pena que não convencem nem mais a mãe que, pelo menos na escola, ainda aplaudia orgulhosa.

- Os lutadores – são aqueles com espírito de Rocky Balboa, prometendo lutar pela saúde, pela educação, pelos bairros distantes, pelas crianças sofridas, pelos pingüins errantes, pelos poodles de madame e pelo que mais der na telha.

- Os que a gente deveria saber quem são – eles chegam com aquela ladainha de “você me conhece”, mas geralmente a gente não faz a menor idéia de quem sejam e, se faz, tem vontade de não ter conhecido.

- "Serei a sua voz na câmara" – e antes mesmo de votar eu decido fazer voto de silêncio.

- “Peço o seu voto” – sério? Pede mesmo? Com que moral?

Além de tudo disso, ainda temos os apelidos absurdos que alguns cabras escolhem, nomeando suas estúpidas trajetórias políticas com alcunhas ridículas e, por incrível que pareça, deveras pertinentes.

E segue o sofrimento, até o dia 5 – e mais além pra quem tem segundo turno. Tudo para fazer a gente sofrer ainda mais depois dos pleitos e das pomposas posses. Faz sentido?

Postado por Nery Nader Jr às 14:44

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sexta-feira, setembro 26, 2008




Conclusões

Flat nunca será casa.
Buzina é coisa do Cão.
Meu time vai me matar.
Dire Straits é para velho.
Quem não bebe é chato.
Adulto não tem Orkut.
Eu sou insuportável.

Concordai?


Postado por Nego Lee às 23:59

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Stairway To Heaven Of The Iê Iê Iê!


Postado por Nery Nader Jr às 09:56

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segunda-feira, setembro 22, 2008


Bom Filme Ruim - "Corrida Da Morte - Ano 2000" (Paul Bartel)



Tarantino com certeza daria um dedo mindinho - decepado por um daqueles cortadores de charuto - para colocar Sylvester Stallone e David Carradine trocando sopapos em um filme seu. Paul Bartel, com toda a sua moral de "famoso-quem?", colocou. E isso numa época em que um deles era realmente popular, enquanto o outro nem sabia direito o que era sucesso.

Mas "Corrida Da Morte" é bem mais do que um veículo (sacou? veículo... corrida de carro...) para Stallone e Carradine. Trata-se na verdade de uma pequena obra-prima do trash: politicamente (e deliciosamente) incorreta, abusadamente violenta, ironicamente divertida e toscamente realizada. A trama é simplória: em um futuro apocalíptico (o ano 2000, oh!), o programa mais popular de TV nada mais é do que a transmissão ao vivo de uma corrida de costa a costa dos EUA, onde os pilotos ganham pontos atropelando pessoas no melhor estilo daquele velho game "Carmageddon" (que dizem ter sido inspirado pelo filme). E dá-lhe carros mequetrefes com muita fibra de vidro e pinturas "ferozes", câmeras aceleradas, cenários pintados (das metrópoles do futuro), interpretações super-hiper-overs, visual camp total e inúmeras seqüências antológicas. Uma verdadeira "Corrida Maluca" com muito sangue. Ou catchup e karo, que seja. Mas diverte muito. E tem até mensagem - o texto final, repudiando a violência, é impagável.

Postado por Nery Nader Jr às 16:40

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sexta-feira, setembro 19, 2008




Bora?

Postado por Nego Lee às 09:01

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quinta-feira, setembro 18, 2008


Salada Indigesta - "Prisioneiro Da Morte" (Dario Piana)



Misture "Matrix" com um "Feitiço do Tempo" meio às avessas. Salpique um pouco de "Cidade das Sombras" e... er... uma das premissas de "Monstros S.A." e você terá esse estranho "Prisioneiro Da Morte" - em inglês (da Inglaterra), pra variar, o nome é melhor e mais instigante: "The Deaths Of Ian Stone".

A trama começa bem, com o tal Ian Stone morrendo uma, duas, três vezes - e a cada morte ele ressurge em outra vida. Mas aí os roteiristas resolveram explicar a situação além da imaginação. E a explicação é meio que por demais estapafúrdia, além de repleta de buracos.

Ou seja, desta vez a salada apresenta um ranço estranho do meio pro fim. Claro que, se você encarar como um suspense meio bobinho, com bons efeitos e algumas situações criativas, até passa. Mas o desnecessário visual a la "Matrix" e a batalha do bem contra o mal são nhés demais.

Postado por Nery Nader Jr às 16:44

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quarta-feira, setembro 17, 2008


Are You Following Me?



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Postado por Nery Nader Jr às 11:17

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terça-feira, setembro 16, 2008


Bom Filme Ruim - "Mercenários Das Galáxias" (Jimmy T. Murakami - 1980)



Os piores atores da galáxia. Os mais toscos efeitos especiais do universo. Clichês disparados à velocidade da luz. E um roteiro com mais furos do que mil buracos negros. Bem-vindo ao rincão mais trash do cosmos, uma cortesia de Roger Corman - só podia ser ele -, que produziu o seu filme mais caro (torrando dois milhões de dólares) para conceber um sub-sub-sub "Star Wars", ainda que a premissa básica seja 100% chupada do clássico "Os Sete Samurais".

"Mercenários Das Galáxias" é o cúmulo da tosqueira espacial. As naves mal-iluminadas voam lentamente por um espaço sideral quase sem estrelas - e sempre numa única direção (ou muito raramente na outra, quando então o negativo do filme parece ter sido invertido). Uma única explosão deve ter sido gravada, sendo repetida à exaustão. Os atores fazem caras e bocas, vomitando diálogos ridículos com emoção zero. E a trama se arrasta de cenário de isopor pra cenário de isopor, apresentando um bando de alienígenas inexpressivos - ainda que o elenco mais importante seja todo humano mesmo.

De resto, alguns relances de sensualidade nos trajes da valquíria peituda e algumas alusões sexuais - coisas que o titio George Lucas nunca permitiria em sua saga. E muitos mortos durante as batalhas também, mesmo que de maneira sempre anti-climática ainda que com pretensões melodramáticas. Ou seja: o filme é tão ruim, mas tão ruim, que é bem bão.

Postado por Nery Nader Jr às 08:42

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segunda-feira, setembro 15, 2008


Blogmerangue Songs



Como um bumerangue/
Tudo vai voltar

"Bumerangue Blues" (Renato Russo)

Você sabe que não temos tempo/
Tempestades, noite eterna adentro

"Dia Eterno" (Violeta De Outono)

Alheio a tudo, alheio a todos/
Passando frio e pegando fogo

"Advogado Do Diabo" (Ira!)

Sinta o barato de ser ser humano/
Comigo/
Até quando deus quiser

"Desculpe" (Arnaldo Baptista)

Eu vou pela pista do aterro/
E nem vejo o meu enterro que vai passando no jornal

"Aos Trancos E Barrancos" (Raul Seixas)

Palavra, linha, frase, oração/
São como rezas minhas

"1 De Vocês" (Pato Fu)

Tá na hora, tá na hora/
Todo mundo foi embora e eu sobrei

"Gol De Quem?" (Pato Fu)

Todas as palavras/
Já foram usadas/
Agora só restam palavrões/
Desenhos nos balões dos quadrinhos

"Desenhos Nos Balões Dos Quadrinhos" (Janus B)

Postado por Nery Nader Jr às 18:23

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