quinta-feira, outubro 11, 2012


“A Entidade” (Scott Derrickson)



Qual é o seu objetivo ao ver um filme de terror? Levar sustos? Sentir medo em alguns momentos? Ver cenas incômodas de torturas e mortes?

Se você respondeu positivamente a qualquer uma destas questões, “A Entidade” pode, talvez, ser um filme recomendado para você. Afinal, ele possui uma boa dose de sustos fáceis, alguns realmente eficientes. Além disso, certos momentos são verdadeiramente arrepiantes, enquanto outros são bastante perturbadores e fortes.

Porém, se você procura também uma trama aterrorizante, onde o medo se instala de forma sutil e permanece durante dias, fazendo com que você cogite dormir de luz acesa, verificando antes debaixo da cama e dentro dos armários, então “A Entidade” fracassa retumbantemente. Há um excesso de elementos que vão enfraquecendo o terror, tornando tudo muito bobo, ainda mais porque o filme leva a sua história muito a sério.

Vale dizer que tudo começa muito bem, com uma filmagem aparentemente amadora do enforcamento de quatro membros de uma mesma família. Logo em seguida, vemos Ethan Hawke, sua esposa e seus dois filhos descarregando a mudança e conhecendo a nova casa. Não demora para que fiquemos sabendo que Ethan interpreta um escritor especializado em livros que buscam investigar e esclarecer crimes violentos, expondo por vezes as falhas cometidas pelas investigações policiais. Desta vez, ele se muda para a casa onde a família do início foi enforcada, sendo que a filha mais nova desapareceu por completo e nunca mais foi vista. Daí para ele encontrar uma caixa no sótão, com vários filmes em super 8, documentando tal crime, e outros similares, é um pulo. Não demora também para eventos inexplicáveis se sucederem em crescendo.

O grande problema do filme, além da necessidade de criar sustos e mais sustos, reside na tentativa de fornecer explicações em excesso para os mistérios apresentados. Explicações estas que não convencem ninguém e são apresentadas da pior forma possível. Há um exagero na caracterização do mal e na condução do que pode ser sobrenatural. Funcionaria bem para um trash que não se levasse tão a sério. Mas não combina com a direção sóbria de Scott Derrickson. Ele opta por abusar da escuridão e das penumbras. Isso é ótimo para criar o clima e sustentar a tensão, além de preservar a plausibilidade. Porém, quando a coerência se perde e os abusos se sucedem, o estilo visual e sonoro do filme destoa por completo do resultado apresentado pelas crianças fazendo “shhh” ou pela entidade do título.

Sem falar que as incoerências do roteiro acabam suplantando o medo. São furos demais para que, ao final, continuemos predispostos a pular da poltrona do cinema.

(Sinister – 2012)
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson, C. Robert Cargill
Elenco: Ethan Hawke, Juliet Rylance, Fred Dalton Thompson, James Ransone

Postado por Nery Nader Jr às 16:11

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“Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” (Jonathan Dayton, Valerie Faris)


O que define um filme indie?

É difícil responder com exatidão. Filmes indies não são tão somente filmes independentes, pois a maioria já surge atrelada aos grandes estúdios. Na realidade, filme indie tem aquela cara de indie, aqueles personagens meio indies, aquela trilha indie, aqueles dialogozinhos indies. Parece vago, mas assim você consegue identificar sem medo de errar...

Dito isso, não restam dúvidas de que “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” é um filme indie. E se isso não é nenhum demérito, também não é mérito algum. Mesmo com uma estética e um estilo definidos de forma tão indefinida, tais filmes podem ser bons ou ruins. Ou, como neste caso, medianos.

Por evitar a esquisitice excessiva, “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” já ganha pontos. A trama, claro, é fantasiosa. Mas os personagens e diálogos não forçam a barra. E a trama flui sem grandes solavancos.

Assim, passamos a conhecer Calvin Weir-Fields, um jovem escritor que lançou um romance matador há alguns anos, mas que, desde então, parece sofrer de um certo bloqueio que o impede de escrever a sua segunda grande obra literária. Pelo menos até sonhar com uma mulher que o inspira a escrever e que, em seguida, simplesmente se materializa em sua vida.

O desenrolar deste romance segue a cartilha indie “fofinha”, com momentos ternos e outros de uma comicidade bem urdida. Os excessos ficam por conta de alguns coadjuvantes. Enquanto o irmão de Calvin, o terapeuta e o mentor/rival são interessantes e movimentam bem a trama, a mãe de Calvin e o padrasto seguem em excesso aquele perfil indie mais exagerado. E desnecessário. Outra “gordurinha” fica por conta do prolongamento do momento “mestre-mandou”, logo antes da ruptura.

Mesmo assim, “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita” é bem realizado, diverte e faz pensar um pouquinho, consolidando-se assim como um filme indie do bem.

(Ruby Sparks – 2012)
Direção: Jonathan Dayton, Valerie Faris
Roteiro: Zoe Kazan
Elenco: Paul Dano, Zoe Kazan, Antonio Banderas, Annette Bening, Chris Messina, Elliot Gould, Steve Coogan

Postado por Nery Nader Jr às 15:22

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sexta-feira, outubro 05, 2012


“Hotel Transilvânia” (Genndy Tartakovsky)



“O Laboratório de Dexter”, “As Meninas Superpoderosas”, “Samurai Jack”, “Star Wars: Guerras Clônicas”: com animações de tal gabarito no currículo, era de se esperar que “Hotel Transilvânia”, dirigido pelo mesmo Tartakovsky responsável pelas séries animadas acima, fosse sensacional também. Não é o caso.

O filme é divertido, tem bom ritmo e algumas boas piadas (em meio a outras tantas que não funcionam ou soam repetitivas). Porém, falta a ousadia, a identidade visual, a dinâmica e o estilo Tartakovsky. Talvez porque, neste caso, ele tenha trabalhado como diretor contratado, dentro de um acordo com a Sony para poder dar vida às suas criações.

O filme segue a linha já tradicional das animações por computação, com um leque de personagens divertidos e, neste caso, bem conhecidos. Afinal, monstros clássicos como Lobisomen, Drácula, Múmia e Frankenstein já fazem parte do nosso (in)consciente coletivo. Porém, é tudo fofinho. Não há qualquer intenção de assustar as crianças, como no ótimo “A Casa Monstro” ou no ousado “Coraline”.

A trama enfoca a dificuldade dos pais em deixar que seus filhos sejam mais independentes e livres. Drácula não quer isso para sua filha que acaba de completar 118 anos. Assim, o Hotel Transilvânia é, em última instância, um refúgio que ele construiu para ela. Pelo menos até a chegada de um jovem humano.

Ok, como esta premissa, você já mata a charada e sabe o que vai ver dali pra frente. Não tardam paixões, reminiscências, lições de moral, perseguições e números de dança com músicas “modernas” – as aspas são intencionais, claro. Tudo isso envelopado em um 3D fraco e desnecessário. Restam então, além da mesmice, algumas piadas bem legais e breves vislumbres visuais do bom e velho Tartakovsky.

Por fim, em meio a tantas referências (outra obrigatoriedade em animações do tipo), eu senti um clima forte de “A Festa do Monstro Maluco”. Será mesmo? Pode bem ser só coisa da minha cabeça de velho...

(Hotel Transylvania – 2012)
Direção: Genndy Tartakovsky
Roteiro: Peter Baynham, Robert Smigel, Todd Durham, Dan Hageman, Kevin Hageman
Elenco: Adam Sandler, Andy Samberg, Selena Gomez, Kevin James, Steve Buscemi  

Postado por Nery Nader Jr às 17:17

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“Busca Implacável 2” (Oliver Megaton)



Descartável? Claro. Dispensável? Também. Divertido? Sim. E é isso que diferencia esta continuação de tantas outras por aí.

Se o primeiro “Busca Implacável” nos ganhava pela urgência, pela concatenação coerente das cenas de ação e pelo desempenho convincente de Liam Neeson como herói, este segundo nada mais nos oferece além do já tradicional mais do mesmo. Mas como o mais do mesmo mantém o nível, temos uma boa e despretensiosa sequência para um filme que era exatamente isso: bom e despretensioso.

Liam Neeson mantém a integridade e o estilo neurótico-metódico-centrado do agente aposentado da CIA Bryan Mills. Maggie Grace repete a pós-adolescente Kim, mesmo sendo uma quase balzaquiana. E Famke Janseen sofre nas mãos dos vilões, sem nem poder usar os poderes telecinéticos de Jean Grey.

A trama é, desta vez, uma história de vingança. O pai de um dos albaneses mortos no filme anterior decide sequestrar Neeson e sua família, de férias na Turquia. Existe uma breve inversão de papéis no núcleo familiar, deixando livre a filha enquanto o pai é aprisionado, mas logo tudo volta ao normal.

Mais uma vez é na ação que o filme se sustenta. Mais uma vez com exageros calculados e pequenos furos que podemos (e queremos) relegar. Oliver Megaton, no lugar de Pierre Morel, acelera ainda mais na direção, mas às vezes opta por alguns enquadramentos fechados demais ou por uma edição veloz em excesso, comprometendo algumas lutas ou alguns momentos da tradicional perseguição de carros, quando custamos a entender o que acontece.

É claro que o frescor do primeiro se perdeu. Mas a diversão se mantém. Só esperamos que eles saibam a hora de parar…

(Taken 2 – 2012)
Direção: Oliver Megaton
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Famke Janseen, Maggie Grace, Rade Serbedzija

Postado por Nery Nader Jr às 10:26

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